Hoje vim compartilhar um pouco do carinho da escritora Samanta Holtz, com a entrevista que ela deu para o blog!
Samanta é a escritora do livro O Pássaro (resenha aqui). E está com seu próximo livro, Quero ser Beth Levitt" prestes a ser publicado (e eu já estou ansiosíssima pra ler).
HC. Quando você decidiu que queria ser
escritora?
S. Não houve um
momento em que essa decisão foi firmada. Desde muito pequena, tinha uma grande
inclinação para os livros (para ajudar, nasci justamente no “Dia Mundial do
Livro”!). Comecei aos 7 anos, criando personagens e histórias em quadrinhos, já
sonhando em, um dia, trabalhar com o Maurício de Souza! Então, à medida que
fiquei mais velha, passei para as poesias, contos, reflexões... até, na
adolescência, começar a escrever romances. Ser escritora era um grande sonho,
mas eu achava muito distante... até que as pessoas que liam meu trabalho se
surpreenderam com a história e com a narrativa, e me incentivaram a procurar
saber como era. Só então fui atrás para saber sobre registro na Biblioteca Nacional,
envio de originais às editoras e tudo mais. Demorou alguns anos e alguns livros
(a publicação veio em meu terceiro romance escrito), mas eu consegui!
HC. Tem algum(a) escritor(a) que tenha
inspirado seu trabalho?
S. Admiro muitos
autores de gêneros distintos, e cada um acaba me ensinando alguma coisa, mesmo
sem querer. Não houve um em especial que tenha me influenciado... o que me
motivava era ler a trajetória deles, pois a grande maioria enfrentou um grande
período de recusas antes de conseguir finalmente publicar – e, hoje, são
sucesso. Isso é um grande incentivo para nós, especialmente quando ainda
estamos na fase dos “nãos”!
HC. O que lhe levou a escrever "O
Pássaro"?
S. O começo de
tudo foi minha paixão pela Idade Média, nas aulas de História do colegial.
Caroline, a personagem principal, foi nascendo em minha imaginação aos
pouquinhos... eu imaginava como seria a vida de uma garota, naquela época, que
fosse contra as regras da sociedade, tivesse sonhos ousados, vivesse um amor
proibido... tudo isso foi se fundindo e formando a trama do livro!
HC. O que mais gostei no seu livro é que os
personagens são bem detalhados, até os mais secundários, permitindo um
envolvimento ainda maior com a história. Você já criou o perfil dos personagens
antes de escrever a história, ou foi os desenvolvendo no decorrer dela?
S. Obrigada! J Sim, eu já tinha o
perfil deles traçados, tanto físico quanto comportamental. Eu até mesmo sabia o
que eu queria que o leitor pensasse, pois, como você deve ter notado, alguns
acabam nos surpreendendo, no final! Mas eu ainda acho que personagens têm vida
própria; há vezes em que, no decorrer da história, mesmo tendo traçado o
caminho que queremos seguir, eles se desenvolvem de uma forma que nem
imaginávamos. Como se, em alguns momentos, fossem eles quem conduzissem a
história, e não nós! Acho isso mágico!
HC. Sobre seu livro que está prestes a ser
lançado, "Quero ser Beth Levitt", poderia nos contar mais sobre o
livro?
S. Claro! O
livro conta a história de Amelie Wood, uma garota que perdeu os pais aos doze
anos e, desde então, vive em um abrigo de meninas. Tudo começa em seu décimo
oitavo aniversário, quando ela deixa o lugar onde viveu toda a adolescência
para enfrentar o mundo em busca dos seus sonhos. Seu bem mais precioso é o
velho exemplar do romance que a mãe lia para ela, na infância: "Doce
Acaso". O livro contava a história de Beth Levitt, uma jovem que, como
ela, amava o balé e via sua vida mudar ao conhecer o príncipe Edward. Ao soprar
as velas, Amie não tem dúvida quanto ao pedido: "Quero ser Beth
Levitt!". E, como diz o ditado: “Cuidado com seus sonhos, eles podem se
realizar”! Através de grandes coincidências e surpresas do destino, Amelie vê
sua vida mudar completamente, envolve-se com o mundo das celebridades e se vê
cara a cara com o ator por quem fora apaixonada por toda a adolescência...
além, claro, de muita gente invejosa! É nessa linha que a história se
desenvolve!
HC. Você considera o Brasil como um país que
incentiva novos escritores?
S. Infelizmente,
não vejo muito incentivo a escritores. Claro que existem casos e casos, mas o
que vemos, na grande maioria, é o quanto é difícil viver financeiramente de
livros, no Brasil – e, com isso, excelentes autores que poderiam dedicar o
tempo exclusivamente para criar obras maravilhosas acabam não podendo. Tudo
desestimula o mercado literário; os altos preços, a valorização dos
estrangeiros... e mais essa questão. Em nossos bate-papos literários, soube que
há países cujo governo literalmente banca escritores. Já pensou que lindo seria
termos isso por aqui? Seria bom para todos! Para quem cria, que poderia se
dedicar a isso; para quem lê, que teria novas obras muito mais rapidamente; e
para o país, que alavancaria sua cultura.
HC. Já tem algum futuro livro em mente?
S. Sim! Estou
escrevendo um novo romance e já tenho esboços para os próximos.
HC. Qual o estilo de livro que você mais
gosta?
S. Romances e
chick lit. Gosto de ler para me distrair, me emocionar, sair um pouquinho da
realidade... Mas também adoro um bom suspense ou policial, de vez em quando!
Gosto de alternar.
HC. Vi que você já escreveu dois outros
romances (“Renascer de um Outono” e “Corpo & Alma”), de que se tratam estes
romances, e eles serão publicados?
S. Pretendo
enviá-los à editora para publicação, mas apenas depois de passarem por uma nova
revisão minha. Foram meus dois primeiros romances escritos e, embora as
histórias sejam boas, minha escrita ainda era bastante imatura comparada a
agora. Então, quero relê-los com calma, dar uma bela “lapidada” no texto e,
quando eu sentir que estão prontos, enviarei à editora, com certeza!
Renascer de um Outono é um romance
contemporâneo e Corpo & Alma também é um romance, porém narra,
simultaneamente, a trajetória dos anjos, almas e humanos envolvidos em uma
situação. Não chega a ser fantasia, eu acredito, mas é bastante diferente do
que já publiquei, até hoje!
HC. Alguma dica em especial para aqueles que
pretendem se tornar escritores?
S. Se você gosta
muito de escrever e está pensando em seguir a carreira literária, antes de
enviar seus originais para editoras, ouça as opiniões de pessoas sinceras e
críticas, que irão lhe dizer o que realmente pensaram, pois elas serão uma
amostra dos seus leitores. Ouça críticas, melhore o que perceber que pode
melhorar e não tenha medo de trabalhar duro. Revise seu texto uma, duas, três,
quatro vezes, se for preciso, e só se satisfaça com o melhor. Quando sentir que
está perfeito (e, claro, depois de registrar seu original), aí, sim, busque as
editoras que têm seu estilo e envie seu material para análise. Pode ser que o
SIM demore a vir... eu mesma tomei vários “nãos”. Hoje, vendo “O Pássaro” como
meu primeiro livro publicado, dou graças a Deus pelos nãos que recebi antes,
pois meus livros anteriores realmente ainda não estavam perfeitos. Tenha fé em
Deus, acredite que há um momento para tudo e cabe a nós agarrarmos as
oportunidades que a vida traz, além de nos empenharmos em lapidar o Dom que
Deus nos deu e trabalharmos nossa paciência para jamais desistir. Se é isso
mesmo que você quer, NÃO DESISTA!